quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Reino de comidas e bebidas

Reino de comidas e bebidas

Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. (Romanos 14 : 17)

Antes de demonstrar a relação entre bebidas alcoólicas e religião, comentarei a origem do vinho e seu uso desde a antiguidade, portanto segue:
Arqueólogos datam a primeira fabricação de vinho em torno do ano 6000 A.C. Em tempos antigos era utilizado com fins medicinais, inclusive alguns povos despejavam sobre determinadas feridas como remédio.
Em culturas consideradas pagãs pelos cristãos, citamos o deus grego de nome Dioniso, como um estimulador das diversões e consumo de vinho, confirmando certo vinculo do lado religioso ao consumo de bebidas alcoolicas.
Desde os tempos de Cristo, a Igreja Cristã utilizou o vinho para celebração da ceia cristã e na Idade Média, a Alemanha por força desta cultura religiosa, baniu a cerveja considerando-a pagã, enquanto que o consumo de bebidas como o vinho era aceito.
Estudos científicos comprovam benefícios e malefícios para uso de bebida alcoólicas, mas o consumo moderado de vinho, reduz doenças nas coronárias, e em excesso provoca cirrose, endurecimento do fígado, formação de varizes no esôfago, alterações no cérebro que gera acidentes, agressões e suicídio.
O álcool também interfere no funcionamento do aparelho digestivo, desenvolvendo irritações na boca, esôfago, distúrbios gástricos agravando inclusive doenças como a úlcera.
O consumo de bebidas alcoólicas por vezes está associadas a fuga, a exemplo dos jovens que as utilizam para perder timidez. Alguns adultos as utilizam frequentemente para relaxar dos problemas causados pela vida moderna muito estressante e corrida. O primeiro não aprendeu a ser ele, ai tem que tomar todas para sair de si, como se transformasse em outra pessoa, que quando sóbrio não mais será, já o segundo não consegue descansar sua vida em DEUS, e o que sobra é sair do mundo através das drogas. Ambos são escravos da bebida, e neste contexto de fuga, esta alegria momentânea é falsa.
A Bíblia é clara quando nos aconselha quanto ao cuidado que devemos ter com ela:

O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio" (Provérbios 20:1)

É preciso ficar explicito que é para liberdade que em Cristo fomos libertos, e que nada que nos aprisione é de DEUS, neste sentido até diversão como obrigação, que não pode ser mudada, a exemplo daquele jogo de futebol que os homens não podem perder independente das circunstancias, é escravizante, portanto é pecado.
Em um mundo caído coisas boas podem vir a ser ruins. Comer é bom, porém demais, o que você me diz????? As bebidas podem deixar de ser instrumentos de prazer e vir a ser uma força escravizante, basta mudar nosso referencial para que mudemos o seu uso, semelhante a uma faca, que tanto mata como nos auxilia nos consumos de alimentos.
Vejo muita gente que se embriaga todo final de semana para tormento de seu conjugue, só se divertindo em ambientes com bebida. São tolos, pensam que bebem com liberdade, mas na verdade são livres para o agir induzido pela mídia, que tem por objetivo crescer os lucros de fabricantes de bebidas.
Interessante é que no “mundo” as pessoas se consideram boas quando não matam, não roubam e não estupram. Já nas igrejas evangélicas, os bons são aqueles que não bebem, não fumam, não adulteram, não vestem roupas modernas (só saião para mulheres e terno para homens) e não se curvam sobre imagens.
Bando de religiosos, pensam no homem perfeito a partir dos esteriótipos formados pela cultura influenciada pela religião. Estes são idólatras de seus pensamentos, seguem o curso de mundo guiado por Satanás, estão distantes de reconhecer o que CRISTO considera um homem conforme sua imagem.
Certa vez encontrei uma mulher que afastou-se de sua igreja dita “cristã”, após ter sua filha disciplinada pelos presbíteros ao vê-la tomar um copo de cerveja na companhia dos amigos em comemoração a seu aniversário de 21 anos, ou seja, foi disciplinada por algo que nem tinha mais, posto que depois de duas horas vai tudo virar urina (a jovem foi disciplinada dias mais tarde).
Se estes caras voltassem 2000 anos atrás, chamariam Cristo de homem do mundo, posto que bebia e comia com publicanos e pecadores:

Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos. (Mateus 11 : 19)

O deus deste mundo cegou-lhes o entendimento, pois não conseguem ver na bíblia que o problema não está no consumir bebidas alcoólicas, mas sim na escravidão que ela pode nos gerar. Reforçando o que foi escrito acima, nos dias de JESUS o vinho era utilizada para remediar, como citado em uma de suas parábolas, assim como orientado por Paulo. Segue passagens:

E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; (Lucas 10 : 34)

Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades. (I Timóteo 5 : 23)

Assim como no passado a igreja proibiu o consumo da cerveja e permitiu o do vinho, hoje tenta da mesma forma manter seu poder sobre os fieis, coibindo dentre outros hábitos, o consumo de bebidas alcoólicas. A igreja tem a missão de auxiliar aqueles que são escravos da bebida, mas sem obrigar aqueles que não são, deixar de consumir pela via do medo. Quem pode beber controladamente não tem diferença daqueles que por opção não bebem.
Caminhemos em liberdade e não atormentados com as falácias pregadas em alguns púlpitos que proíbe o consumo de bebidas, mas não busquemos como o mundo, a obrigação de beber pelos mais diversos motivos. Interessante é que quando falo sobre a bebida nos tempos de Jesus, alguns me argumentaram que o vinho que se tomava naquela época era suco de uva, e que no casamento em que Jesus transformou água em vinho, este também era suco de uva, pois pelo tempo não daria para fermentar o suco. Tolice, quem transforma água em vinho pode fermentá-lo em um milisegundo. Me alegam também que a tecnologia do tempo de Jesus não gerava vinhos com altos teores alcoólicos (lembre-se que o vinho já existia a 6000 A.C.), porém se o teor alcoólico não fosse alto o suficiente para levar a embriagueis, não existiria orientações para que fosse evitado o excesso de consumo desta bebida.
Pois bem, se Jesus foi acusado de ser beberrão e serviu vinho em uma festa, quem poderá acusar (julgar) os donos de restaurantes e enólogos de filhos do diabo? A resposta está na Bíblia, os próprios filhos do diabo, os religiosos.
Mas bebidas alcoólicas não são brincadeira pois podem desviar homens de bons caminhos e destruir vidas, por isso está escrito:

E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; (Efésios 5 : 18)

Há nas cartas paulinas conselhos para que os diáconos não se dêem a muita bebida, poderíamos estender este conselho a todos da igreja, afinal somos chamados a sermos sacerdócio real:

Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância; (I Timóteo 3 : 8)

Tem ambientes que não são adequados a bebida, assim como não é adequado uma mulher andar de biquine em um ônibus lotado, ou usar roupa de frio na praia em pleno verão, portanto bom senso no consumo de bebidas.
Foi após ler um livro de um famoso escritor, Icami Tiba, quase deixei definitivamente de consumir qualquer bebida alcoólica, em virtude do que ela pode incentivar o consumo de drogas como a maconha, entre outras mais fortes, em adolescentes e crianças, posto que copiam o exemplo dos pais no consumo de tais bebidas, facilitando a entrada no caminho das drogas. Mas analisando o caminhar de Cristo, que fez vinho para muitos em uma festa, não vejo porque em um ambiente e momento adequado deixar de utilizar-se dos prazeres com alegria.
Sei que muitas pessoas tem dificuldades com bebidas, daí quando estou no convívio destes, as evito. Precisamos em Cristo demonstrar a todos que somos livres, e não é a bebida que nos dá alegria, e que para demonstrarmos tal verdade, não precisamos perverter o que está descrito na bíblia para implantar nossas idéias traçando normas sociais.
O mundo necessita conhecer que só é possível ser feliz na liberdade oferecida na cruz do Calvário e que o reino de DEUS não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.
Sei que alguns podem pegar estas palavras confirmadas pelos versículos citados e tomar todas irresponsavelmente, e se for religioso deixar todo caminhar com seu “cristinho” e dedicar-se aos prazeres, mas estou certo que estes nunca acharam o verdadeiro Cristo, pois quando O encontramos nunca o deixamos, ganhamos consciência libertadora. Outro grupo diante desta exposição se fechará ainda mais na sua religiosidade, fará um show de críticas as minhas palavras com medo que seus pupilos se desviem de seus controles. Ambos sem Cristo estão, e continuarão afundados na sua escravidão. Quero frisar que em Cristo, os que bebem não estão numa “escala” mais baixa, nem mais altos estão na “escalada da salvação” os que não bebem.
Temos a total liberdade de não gostar de beber, mas nunca de impor tal atitude aos que o fazem com responsabilidade, sem embriagueis, sem violação de seu corpo e sem prejuízos ao próximo.
Meu desejo é que todos saibam que o reino de DEUS não é comida nem bebida, e sim princípios que estão muito além dos esteriótipos traçados pelos homens.


Nele que nos chama a curtir a vida brindando os bons momentos com responsabilidade, cientes de que só temos a verdadeira liberdade e domínio próprio quando estamos sob a direção do ESPÍRITO SANTO,


Ferdinando Cabral
28/12/07
http://ferdinandocabral.blogspot.com/

Nenhum comentário: